Nova indicação foi aprovada pela Anvisa e contempla ambos os sexos
A vacina quadrivalente contra o HPV
(papilomavírus humano) ganhou mais uma indicação devidamente aprovada
pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária): prevenir o
câncer anal em ambos os sexos. Até então, a imunização era indicada para
blindar as mulheres contra o câncer de colo de útero e os homens de
verrugas genitais.
Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), o tumor é raro e
representa de 1% a 2% de todos os cânceres do cólon e de 2% a 4% de
todos os tipos de tumores que acometem o intestino grosso.
No entanto, o ginecologista Dr. Nelson Valente Martins, professor
adjunto de Ginecologia Oncológica da Unifesp (Universidade Federal de
São Paulo), avisa que nos últimos anos a incidência de câncer de ânus
vem aumentando de forma alarmante e já ultrapassou os tumores de vulva e
vagina.
— O câncer anal é mais frequente entre homossexuais, pacientes com HIV e
mulheres com lesões induzidas por HPV, mas isso não exclui outros
grupos de contrair a doença. Por isso, todos precisam adotar métodos de
prevenção.
Como o papilomavírus humano é altamente transmissível, a relação sexual
anal não é a única forma de contágio. Nesse cenário, a vacina entra
como uma forte arma preventiva.
— Apesar de eficaz, a vacina
não protege contra todos os tipos de HPV, por isso é essencial usar
camisinha nas relações sexuais, evitar múltiplos parceiros e fazer
exames de rotina.
Se detectado de forma precoce, alerta o ginecologista, a chance de cura
do câncer anal é quase certa. O sintoma mais comum da doença é
sangramento durante a evacuação associado à dor.
— O tratamento vai depender do estágio da doença, mas pode ser clínico
ou cirúrgico. Por isso, reforço que os exames preventivos não podem ser
esquecidos pela população.
A recomendação de idade para a administração da vacina contra o HPV
continua a mesma, ou seja, meninos e meninas entre nove e 26 anos, de
preferência antes da iniciação sexual. Por enquanto, ela não está
disponível na rede pública de saúde e o custo da imunização em clínicas
particulares pode ultrapassar os R$ 1.000,00 (três doses).
Fonte: R7 saúde - Fabiana Grillo
Fonte: R7 saúde - Fabiana Grillo