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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Poliomielite: o que é e qual a diferença entre as vacinas


A pólio está controlada no Brasil graças a um eficiente sistema de imunização. Saiba como ele funciona

Há 23 anos, uma doença altamente perigosa dava os seus suspiros derradeiros no Brasil. Detectada por aqui pela última vez em 1989, a poliomielite, também chamada de paralisia infantil, tornou-se um problema controlado em todo o território verde e amarelo graças a um extensivo programa de vacinação promovido pelo Ministério da Saúde. Mas isso não significa que a pólio seja um perigo do passado no restante do mundo.


A meta da Organização Mundial da Saúde era erradicar a enfermidade em todos os continentes até o ano 2000. Apesar dos esforços contínuos, o objetivo não foi superado. Em locais como a Nigéria, o Paquistão e o Afeganistão, ela ainda dá as caras — e volta a ser uma ameaça em outros países, como o Chade, a Angola e a República Democrática do Congo. É claro que os esforços não foram em vão: segundo dados da própria OMS, quando o Programa Mundial de Combate à Poliomielite começou em 1988, o planeta abrigava 350 mil infectados. Em 2005, esse número tinha caído para 2 mil pessoas.



Apesar de popularmente conhecida como paralisia infantil, a doença atinge tanto crianças quanto adultos. Ela é mais frequente nos pequenos justamente porque o contágio acontece por meio do contato direto com fezes infectadas ou por secreções expelidas pela cavidade oral - e a criançada vive com a mão na boca. "Depois de ingerido, o vírus se multiplica no trato gastrointestinal e cai na corrente sanguínea. O excesso é eliminado pelas fezes e vai contaminar outras pessoas", conta a pediatra Lily Yin Weckx, coordenadora do Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais, da Universidade Federal de São Paulo. O que fica no organismo viaja até o cérebro, mata alguns neurônios e destrói diversas ligações do sistema nervoso.



"Em quase 95% dos casos, não há sintomas quando esses estragos começam a acontecer. Em 1% dos afetados, as manifestações são iguais a outras infecções corriqueiras, como febre e dor de cabeça", explica a pediatra Marion Burger, pesquisadora do Instituto Pelé Pequeno Príncipe, em Curitiba, no Paraná. Outras pessoas - uma fração mínima entre os contaminados - apresentam a paralisia logo de cara. Mas fique claro: todas as vítimas, com ou sem sintomas, acabam com algum grau de paralisia."Ela é muito mais frequente nos membros inferiores", completa Marion. O ataque aos neurônios pode, inclusive, impedir os movimentos dos músculos da respiração e, lógico, isso causa uma morte rápida e extremamente cruel.


Formas de imunização
São dois os tipos de vacina capazes de evitar a poliomielite. No caso da Sabin -- , aqui no Brasil incitada em campanha pela personagem Zé Gotinha desde 1986 -, o póliovírus vivo, nome do agente causador da doença, é atenuado para que não tenha capacidade de danificar os neurônios . Depois de ingeridas, as famosas gotas, carregadas desses vírus enfraquecidos, estimulam a produção de anticorpos pelo sistema de defesa. Ou seja, o organismo aprende a reconhecer o inimigo, se ele aparecer pra valer.



O interessante da Sabin, como o excesso do vírus atenuado é eliminado pelas fezes, é o seguinte: a criança que, eventualmente, tiver contato , vamos imaginar, com o amiguinho que não lavou as mãos direito ou mora em locais com água contaminada pelo esgoto, acaba protegida por tabela. "O sucesso da eliminação da doença no Brasil é também fruto desse processo", analisa Lily Yin Weckx, da Universidade Federal de São Paulo.



A vacina Salk, por sua vez, utiliza vírus mortos e é injetada. Ela é especialmente indicada para pessoas com imunidade baixa ou que convivem com indivíduos que estejam com o sistema de defesa abalado. "A Salk é absolutamente segura por utilizar vírus inativos em sua composição", pondera Marion Burger, do Instituto Pelé Pequeno Príncipe, em Curitiba, no Paraná. Apesar do processo de produção de anticorpos ser equivalente ao da Sabin, essa vacina não é tão válida quando se pensa em varrer a doença do mapa, na opinião de alguns especialistas. "Isso porque os vírus mortos não são eliminados pelas fezes", complementa a pediatra. Ou seja, não existe aquela contaminação paralela, por assim dizer, que acaba imunizando quem não tomou a vacina.



Desde 2012, o Ministério da Saúde exige que o protocolo de vacinas contra a poliomielite utilize ambas as versões para a imunização, em vez de só a Sabin como no passado. As duas primeiras doses, injetadas aos 2 e aos 4 meses, são da vacina Salk. As próximas, aos 6 meses, aos 15 meses e, mais uma dose de reforço entre os 4 e os 6 anos, são dadas via oral - ou seja, aí a criança toma a Sabin. Segundo Lily Yin Weckx, da Universidade Federal de São Paulo, a combinação das duas vacinas potencializa a precaução.



Apesar de a paralisia infantil estar erradicada em nosso país, é essencial ficar atento às campanhas de imunização. "É muito importante estar com a carteira de vacinação em dia e, caso você viaje para outro país que ainda sofre com a pólio, reforce a dose da vacina, sem importar com a idade", conclui o pediatra Eitan Berezin, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

FONTE: Revista Saúde-Abril  André Biernath e Rita Albuquerque | foto Thinkstock

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Sete em cada dez pacientes com câncer de boca começam tratamento tardiamente


Homens com mais de 50 anos, que fumam e bebem muito, são as principais vítimas da doença


Levantamento feito com pacientes com câncer de boca mostra que 70% dos casos atendidos pelo HC (Hospital de Clínicas) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) tiveram diagnóstico quando a doença já havia atingido o estágio avançado.
De acordo com o cirurgião de cabeça e pescoço dr. Alfio José Tincani, do HC, é comum os pacientes confundirem os tumores na boca com aftas. Ele alerta, porém, que feridas bucais que não curam em um período de quatro a seis meses, aumentam de tamanho, sangram e causam dor precisam ser investigadas. Tincani adverte que outra razão que atrapalha o diagnóstico precoce é o fato de muitos médicos não especialistas se confundirem na hora da detecção do câncer. Por isso, muitos pacientes acabam sendo tratados com antibióticos e anti-inflamatórios.
Segundo ele, o problema de se iniciar o tratamento tardiamente é que as chances de cura diminuem de 90%, nos casos de diagnóstico precoce, para 40%.
— O tumor, quando pequeno, atinge proporções pequenas [no corpo] e cirurgias menores são realizadas com sucesso altíssimo.
Os pacientes com câncer de boca avançado, por sua vez, podem ficar com sequelas mais severas, como dificuldades para falar e deglutir, além de precisarem ser submetidos à retirada de mandíbulas e das ínguas do pescoço, que são os linfonodos.
O médico explica que são considerados avançados os tumores bucais com tamanho a partir de 3 centímetros. Todo mês, surgem de dez a 15 novos casos no Hospital das Clínicas e, em média, 30 pacientes são acompanhados mensalmente no ambulatório.
Homens com mais de 50 anos, que fumam e bebem muito, são as principais vítimas da doença. Estudos apontam que metade dos casos de câncer de boca estão relacionados ao tabaco e à bebida, fatores que levam a uma agressão na mucosa e à consequente formação de tumores, prevalentes na borda da língua.
Um outro tipo de câncer de boca, que tem como causa a exposição crônica ao sol, atinge principalmente trabalhadores rurais, como lavradores. Nesses casos, o tumor começa como uma pequena ferida, que acomete, na maioria das vezes, o lábio inferior.
Já os pacientes que apresentam tumor na base da língua, entre a boca e a faringe, podem ter como causa a bebida e o tabaco. Mas os fatores que levam à formação desse tipo de tumor estão mudando.
— Hoje, a gente está vendo uma mudança no perfil das pessoas que têm tumor nessa região. São pacientes mais jovens, que não fumam e não bebem. O HPV [vírus do papiloma humano], que é muito comum no colo do útero da mulher, pode ocorrer na boca.
Pessoas que praticam sexo desprotegido, nesses casos, estão mais expostas a desenvolverem um tumor bucal a partir do vírus HPV. Idosos que usam dentaduras também representam um grupo de risco para o câncer de boca.
— Quando há má higiene oral e próteses mal adaptadas, que ficam traumatizando a mucosa na boca, podem desenvolver a doença. Mas esses são casos mais raros.
Tincani explica que o tratamento do câncer de boca é feito por cirurgia de retirada do tumor.
— Quando ele está muito avançado, conjuntamente com a cirurgia, temos que fazer a radioterapia. Nos tumores causados pelo HPV, parece que há uma resposta melhor no tratamento com a quimioterapia associada à radioterapia.
Fonte: R7 saúde



Dengue: número de mortes reduz, mas população deve manter vigilância



A dengue aparece e se dissemina, especialmente, nos países tropicais, onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti, principal mosquito transmissor. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 50 milhões e 100 milhões de pessoas são infectadas anualmente em mais de 100 países da maioria dos continentes. A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus de evolução benigna na maioria dos casos. Desde a década de 70, o mosquito transmissor mostrou alta capacidade de adaptação ao ambiente criado pela urbanização acelerada e pelos novos hábitos da população.
Existem dois tipos de dengue, a clássica e a hemorrágica. A primeira geralmente apresenta sintomas como febre, dor de cabeça, dor no corpo, nas articulações e por trás dos olhos, podendo afetar crianças e adultos, mas raramente causa óbito. A dengue hemorrágica é a forma mais severa da doença, pois, além dos sintomas comuns, é possível ocorrer sangramento, ocasionalmente choque e morte. A OMS estima que três bilhões de pessoas vivem em áreas de risco para contrair dengue no mundo. Estima-se que anualmente 50 milhões de pessoas se infectam e 500 mil casos são de Febre Hemorrágica da Dengue (FHD), além de 21 mil óbitos, principalmente em crianças.
Giovanini Coelho, coordenador geral do Programa Nacional de Controle da Dengue, lembra que no período de janeiro a maio existe uma maior transmissão da doença no Brasil, devido às condições favoráveis para proliferação e transmissão do mosquito. “Nesse período é necessário que as ações sejam intensificadas. Tanto por parte das autoridades locais, ou seja, o município deve intensificar ações de limpeza urbana, os agentes de saúde devem visitar e orientar a população. Como também contamos com a efetiva participação da população adotando hábitos que visem à prevenção e a proteção do seu ambiente doméstico contra a proliferação do mosquito”, destaca o coordenador.
O grande desafio para combater o mosquito Aedes aegypti é que sua reprodução ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar água, tanto em áreas de sombra, como ensolaradas. Por isso, a prevenção e as medidas de combate exigem a participação e a mobilização de todos, com a adoção de medidas simples, como evitar o acúmulo de água limpa nas casas, visando à interrupção do ciclo de transmissão e contaminação. Por isso, o coordenador alerta: “Cada cidadão deve fazer ações simples como, verificar se a sua caixa d’água está tampada, se a calha está desobstruída, colocar areia no pratinho do vaso de plantas. Medidas para identificar todo e qualquer recipiente que possa acumular água e que tenha potencial de se transformar em um criadouro do Aedes aegypti”.
Giovanini Coelho explica que o Ministério da Saúde não executa ações de combate a dengue, que são de responsabilidade dos estados e municípios, e reforça a real missão da pasta. “O papel do ministério é de financiamento das ações, tanto que no fim do ano passado foram repassados mais de 170 milhões para todos os municípios para aprimorar e qualificar melhor as ações de combate a dengue. O ministério também presta assessoria técnica aos estados e municípios. Além de garantir o suprimento de insumos como inseticidas e kits diagnóstico”, finaliza.
Dados – De acordo com o Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), divulgado nesta segunda-feira (25), pelo MS, os casos graves de dengue caíram 44% e o número de mortes teve retração de 20%, até 16 de fevereiro de 2013, em relação ao mesmo período de 2012. Apesar de os números serem positivos, o coordenador explica que o combate não pode parar. “Mesmo com a redução nos casos graves e nos óbitos, hoje, comparado com o ano passado, nós temos um aumento de casos de pessoas com dengue. É fundamental que se tenha um processo de intensificação das medidas de prevenção. Até porque, esse aumento não se dá de forma homogenia, em todas as unidades federadas e nem em todos os municípios. Eles estão concentrados, mais de 80% dos casos, em cerca de oito estados. Esses municípios devem intensificar suas medidas de resposta e os outros devem manter as medidas”, comenta Giovanini.
Histórico do Ministério no Combate – Em 1996, o Ministério da Saúde propôs o Programa de Erradicação do Aedes aegypti (PEAa). Ao longo do processo de implantação desse programa, observou-se a inviabilidade técnica de erradicação do mosquito no curto e médio prazo. O PEAa teve méritos ao propor a necessidade de atuação multissetorial e prever um modelo descentralizado de combate à doença, com a participação das três esferas de governo: Federal, Estadual e Municipal. Os resultados levaram o Ministério da Saúde a fazer uma nova avaliação dos avanços e das limitações. O objetivo era estabelecer um novo programa que incorporasse elementos como a mobilização social e a participação comunitária.
Tais ações são indispensáveis para responder de forma adequada a um vetor altamente domiciliado. O Ministério da Saúde implantou ações permanentes de combate à doença, como o desenvolvimento de campanhas de informação e mobilização social, o fortalecimento da vigilância epidemiológica e entomológica para detectar antecipadamente surtos da doença e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de acompanhamento e supervisão das ações desenvolvidas pelo Ministério da Saúde.
FONTE: Camilla Terra / Blog da Saúde

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Caderneta de vacinação também para idosos e adultos


Não só as crianças, mas adultos e idosos também devem manter em dia suas cadernetas de vacinação. Para este último grupo, que engloba as pessoas acima dos 60 anos, há a “caderneta de saúde da pessoa idosa”, distribuída pelas secretarias de sáude dos municípios e estados. Vale destacar a importância deste cuidado, pois além diversas doenças, está incluída a vacina contra a gripe, que tantas complicações provoca.

O cartão oferece a oportunidade de acompanhamento de diferentes aspectos, tais como o controle do peso, a glicemia e a medicação que eventualmente o idoso faça uso.
calendário de vacinação do idoso 2012/2013 recomendado pela Sociedade Brasileira de Imunizações indica as seguintes vacinas como rotineiras: influenza (gripe), pneumocócica 23-valente(para aqueles com indicações nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais – CRIES), disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do País), tríplice bacteriana (difeteria, tétano e coqueluche), hepatites A e B, febre amarela. Já as meningocócica conjugada ACWY e tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) têm recomendações para o caso de epidemias.
Essa prevenção básica é simples de ser adotada, mas exige atenção. As vacinas têm diferentes rotinas para fazerem efeito. Os números de doses variam de uma para a outra, assim como o intervalo para ser tomada. Um exemplo da atenção exigida é a do caso da hepatite B. É necessário tomar três doses – a segunda 30 dias após a primeira e a terceira seis meses depois.

É fundamental que o estrito controle e que cada ciclo seja completado, para assegurar a imunização para cada doença. Vale conversar com o médico de confiança para que ele ajude nesta tarefa. Afinal, as vacinas são excelentes meios de prevenção.

Fonte: JB online

domingo, 24 de fevereiro de 2013

CURIOSIDADE: História da camisinha


As doenças sexualmente transmissíveis (DST) e o aparecimento da AIDS influenciaram de maneira decisiva a sexualidade humana durante o século XX. Até então, essa era uma questão tratada com reservas e pudor pela saúde pública. O vírus HIV forçou uma mudança sem precedentes. Dentro desse contexto, falar sobre sexo (independentemente da escolha de cada um), promiscuidade e, principalmente sexo sem proteção, virou uma obrigação dos profissionais da saúde, dos educadores e dos pais.
A prevenção da gravidez indesejada e das doenças sexualmente transmissíveis sempre fizeram parte das civilizações urbanas. A cidade trouxe consigo a necessidade de planejar o crescimento, a produção de alimentos, a disponibilidade de moradia.
O nascimento de filhos fora da união oficial sempre foi motivo de escândalo social. Tudo isso levou à criação de métodos capazes de evitar a gravidez, sem, no entanto, furtar o prazer do ato sexual.


Protetor de pênis Egito antigo

Protetores para o pênis no Egito Antigo. Serviam para proteger o pênis contra galhos e picadas de insetos durante as caçadas.

Os chineses foram os criadores da primeira versão do preservativo: envoltórios de papel de seda untados com óleo. Os japoneses também possuíam hábito semelhante. Desde 1850 a.C. os egípcios utilizavam métodos contraceptivos. 

As mulheres colocavam em suas vaginas uma série de produtos para bloquear ou matar os espermatozóides. Elas utilizavam fezes de crocodilos (por possuírem pH alcalino, tal qual os espermicidas modernos), gomas e uma mistura de mel e bicarbonato de sódio. Os homens utilizavam protetores para o pênis, confeccionados em linho ou a partir de intestinos de animais. Tais protetores, porém, não possuíam função contraceptiva: funcionavam como estojos. Eles protegiam o pênis contra galhos e picadas de insetos durante as caçadas.

A mitologia grega apresentou a camisinha para o Ocidente. O rei Minos, filho de Zeus e Europa, era casado com Pasiphë. O monarca era conhecido por seu amor pelas mulheres e suas inúmeras amantes. Por obra de Pasiphë, Minos passou a ejacular serpentes, escorpiões e lacraias, que matavam todas aquelas que se deitasse com o soberano. Pasiphë era imune ao feitiço aplicado a Minos, mas este tornou o rei incapaz de procriar. Minos, no entanto, se apaixonou por Procris. Para evitar que a relação com Minos lhe trouxesse a morte, Procris introduziu em sua vagina uma bexiga de cabra. Os monstros ficaram aprisionados na bexiga e Minos voltou a poder ter filhos.

Rei Minos
O sêmen do rei Minos, filho de Zeus, era povoado por serpentes, escorpiões e lacraias que matavam suas amantes. Procris teve a idéia de introduzir uma bexiga de cabra em sua vagina para se proteger. 

Durante o século XVI a disseminação das doenças sexualmente transmissíveis assolava a Europa. Nessa época elas eram chamadas de doenças venéreas. Esse nome faz referência às sacerdotisas dos templos de Vênus, que exerciam a prostituição como forma de culto à Deusa do Amor. Foi quando o anatomista e cirurgião Gabrielle Fallopio confeccionou o que descreveu como uma "bainha de tecido leve, sob medida, para proteção das doenças venéreas". Tratava-se de um forro de linho do tamanho do pênis e embebido em ervas. 

Ele a denominou De Morbo Gallico, em um artigo escrito em 1564. Shakespeare denominou-a "luva de Vênus". No final do século XVI os preservativos de linho passaram a ser embebidos em soluções químicas e depois secados. Eram as precursoras dos espermicidas modernos. No século XVII, um médico inglês conhecido como doutor Condom, alarmado com o número de filhos ilegítimos de Carlos II da Inglaterra (1630-1685), criou para o rei um protetor feito com tripa de animais.


Primeira camisinha
Gabrielle Fallopio e sua invenção: a 'luva de Vênus'.


Camisinha de vísceras
Camisinha de vísceras animais (ceco, bexiga) do século XVIII.

Em inglês, camisinha é "condom", em referência a esse médico. 

Outro episódio contribuiu para a difusão da camisinha. Ao final da Guerra da Sucessão Espanhola, líderes das principais nações européias reuniram-se na cidade de Utrecht (1713-1714). Tal evento chamou para o local toda a sorte de donzelas, ávidas em proporcionar diversão aos congressistas e desejosas por conseguir algum dinheiro. Mas traziam consigo algo já bem conhecido da ciência européia: doenças venéreas. Um criativo artesão local teve uma idéia: costurou na forma de uma bainha anatômica um ceco de carneiro e obteve, assim, um preservativo.

O temor em relação às doenças venéreas tinha uma importante justificativa: os recursos terapêuticos eram muito pouco eficientes. Doenças como a sífilis eram praticamente incuráveis. A sífilis foi a AIDS da época. Indivíduos contaminados caminhavam para morte, sempre rodeados por todo o tipo de preconceito. A cura para a sífilis (penicilina) foi obtida apenas na segunda metade do século XX.
Sífilis século XVI
A sífilis assombrou a Europa a partir do século XVI e atingiu grandes proporções ao longo dos séculos. O tratamento medicamentoso para a doença apareceu apenas na segunda metade do século XX.

A expressão preservativo apareceu pela primeira vez nos anúncios das casas de prostituição de Paris, em 1780: "Nesta casa fabricam-se preservativos de alta segurança, bandagens e artigos de higiene." Ela foi logo substituída por uma expressão curiosa, "redingote anglaise", que queria dizer "sobretudo inglês", o que equivaleria hoje ao termo "camisa-de-vênus" ou mais intimamente falando, "camisinha". 

Em 1839 Charles Goodyear descobriu o processo de vulcanização da borracha. A vulcanização consiste na transformação da borracha crua em uma estrutura elástica resistente. Isso permitiu a confecção de preservativos de borracha. Esses eram grossos e caros. Eles eram lavados e utilizados diversas vezes, até que a borracha arrebentasse.

Preservativo de borracha - 1861
Preservativo de borracha - 1861.

A evolução surgiu com as camisinhas de látex, a partir de 1880. Em 1901, a primeira camisinha com reservatório para o esperma apareceu nos Estados Unidos. As camisinhas de látex adquiriram popularidade apenas a partir da década de 30. Cerca de um milhão e meio de camisinhas foram comercializadas nos Estados Unidos, em 1935.

Nas décadas seguintes, a camisinha foi caindo em desuso, principalmente após a descoberta da pílula anticoncepcional, na década de sessenta. 

Mas o aparecimento da AIDS, na década de oitenta, mudou para sempre a mentalidade mundial: a contaminação de indivíduos pelo vírus HIV, causador da doença, dava-se por meio de contato sexual ou transfusão sanguínea. Falar abertamente sobre sexo seguro e uso injetável de drogas passou de tabu à necessidade e obrigação. 

A camisinha passou ser a grande arma desse esforço preventivo. E ainda hoje é!

A camisinha é a única capaz de reunir em um único método a prevenção da gravidez indesejada e das doenças sexualmente transmissíveis. Desse modo, permite relacionamentos sexuais seguros e minimiza o efeito da exposição a fatores de risco sofridos por um dos parceiros. A camisinha protege e respeita a escolha e os desejos sexuais de cada um. Com o advento da AIDS as camisinhas voltaram a ser comercializadas em grande escala. Estima-se que hoje mais de cinco bilhões de camisinhas são consumidas anualmente. As apresentações também se diversificaram. 

Há camisinhas de tamanhos, espessuras e cores diferentes. Há camisinhas aromatizadas. Camisinhas com textura externa para potencializar o desejo sexual na mulher e no homem. Em alguns casos de ejaculação precoce, a camisinha pode ser utilizada com sucesso para aumentar o tempo de ejaculação.

FONTE; WIKEPEDIA

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Novo teste rápido pode detectar hanseníase antes dos sintomas

Teste rápido para detectar hanseníase
(Foto: Reprodução/Orange Life)

Com exame, tratamento pode começar antes que a doença se manifeste na pele. Anvisa já concedeu licença para o uso do produto no Brasil

Um novo teste rápido para o diagnóstico de hanseníase deve estar disponível em breve para pacientes em todo o Brasil. O produto foi desenvolvido por uma parceria entre cientistas brasileiros e americanos e obteve aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser comercializado em dezembro de 2012.
A hanseníase, antigamente conhecida como lepra, causa lesões na pele e, quando avançada, também em outros órgãos. A doença é causada pela batériaMycobacterium leprae e é transmissível pelo ar, mas tem tratamento.
Quanto antes começar o tratamento, melhor. Por isso, é importante que o diagnóstico seja feito o mais rápido possível. Em geral, os pacientes só procuram um médico quando já apresentam os primeiros sintomas, lesões na pele que afetam também os nervos na região.
O sangue do paciente é colocado em uma fita que é misturada com reagentes dentro do aparelho. Dez minutos depois, sai o resultado – se a fita fica com uma linha, é negativo, e se são duas linhas, é positivo. O processo é parecido com o de um teste rápido de gravidez, mas usa o sangue, em vez da urina.
A bactéria pode ficar anos no sangue antes que os sintomas se manifestem. O teste desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa de Doenças Infecciosas, de Seattle, nos EUA, e pela empresa brasileira Orange Life é feito com uma gota de sangue do paciente. Por isso, é capaz de identificar a doença antes do surgimento das primeiras lesões.
Dados internacionais apontam que cerca de 250 mil novos casos de hanseníase são diagnosticados por ano em todo o mundo. O Brasil é o segundo da lista, com cerca de 33 mil novos casos por ano, atrás apenas da Índia.
O Ministério da Saúde afirmou que ainda não definiu se vai adotar o teste como uma estratégia de combate à doença – a possibilidade ainda está sob avaliação.

FONTE: G1 SP

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Ministério institui Rede de Atenção a Pessoas com Doenças Crônicas não Transmissíveis

A rede vai fortalecer o cuidado integral e humanizar o atendimento, com reforço às ações de diagnóstico, tratamento, reabilitação e redução de danos.

Para estimular hábitos mais saudáveis e dar assistência qualificada às pessoas com Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), o Ministério da Saúde instituiu a Rede de Atenção à Saúde para esses usuários no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A rede vai fortalecer o cuidado integral aos brasileiros e humanizar o atendimento, ampliando as estratégias de promoção da saúde e de prevenção com reforço às ações de diagnóstico, tratamento, reabilitação e redução de danos.
“A portaria representa um avanço no combate ao desenvolvimento de doenças crônicas, assegurando ao brasileiro atendimento qualificado e articulado entre todas as unidades de atenção à saúde”, destaca a coordenadora-geral de Áreas Técnicas do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, Patricia Chueiri.
A rede vai funcionar com linhas de cuidados específicas voltadas à prevenção e tratamento das DCNT, principalmente o Diabetes, a Hipertensão Arterial, alguns tipos de cânceres, além de combater o excesso de peso e a obesidade, incluindo o tratamento cirúrgico para a obesidade grave. Os critérios para a implantação dessas linhas de cuidados serão definidos pelo Ministério da Saúde, em normativas específicas.
A porta de entrada prioritária da Rede será a Unidade Básica de Saúde (UBS), que vai acolher o usuário com uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde. Em caso de um usuário com diabetes e sobrepeso que apresente sua glicemia controlada, por exemplo, ele poderá pegar os medicamentos na UBS e ser encaminhado a um pólo de Academia de Saúde para realizar atividades físicas. Se esse mesmo usuário apresentar complicações do diabetes, como nefropatia (lesão ou doença no rim), ele deverá ser encaminhado a um serviço especializado. A equipe de atenção básica fará o acompanhamento contínuo do usuário.
O Ministério da Saúde também vai promover parcerias para que um município possa prestar serviços aos usuários de outra cidade, completando a rede de atenção à saúde de pessoas com doenças crônicas.
A obesidade é um forte fator de risco para saúde e tem forte relação com altos níveis de gordura e açúcar no sangue, excesso de colesterol e casos de pré-diabetes. Pessoas obesas também têm mais chance de sofrer com doenças cardiovasculares, principalmente isquêmicas (infarto, trombose, embolia e arteriosclerose), além de problemas ortopédicos, asma, apneia do sono, alguns tipos de câncer, esteatose hepática (gordura no fígado) e distúrbios psicológicos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças crônicas constituem um dos grandes desafios de saúde pública. No Brasil, 72% das causas de mortes e 60% de todo o ônus decorrem dessas doenças. No ano 2020, as DCNT serão responsáveis por 80% da carga de doença nos países em desenvolvimento. Atualmente, apenas 20% da população nesses países realizam o tratamento prescrito.
Vigilância– A última pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada em 2011 pelo Ministério da Saúde, mostra que o excesso de peso e a obesidade têm crescido no País.De acordo com o estudo, a proporção de pessoas acima do peso no Brasil avançou de 42,7%, em 2006, para 48,5%, em 2011. No mesmo período, o percentual de obesos subiu de 11,4% para 15,8%.
Para frear a obesidade e o sedentarismo, que são fatores de risco importantes para doenças crônicas, e promover hábitos de vida mais saudáveis, o Ministério da Saúde prevê uma série de iniciativas no Plano de Ação para Enfrentamento das DCNT através de parcerias com o setor privado e outras pastas do governo. Lançado em agosto de 2011, o plano tem por meta reduzir em 2% ao ano a taxa de mortalidade prematura causada por DCNT até 2022.
O Programa Academia da Saúde é a principal estratégia para induzir o aumento da prática da atividade física na população. A iniciativa prevê a implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados para a orientação de práticas corporais, atividades físicas e lazer. Atualmente, há mais de 2,6 mil polos habilitados para a construção em todo o país e outros 155 projetos pré-existentes que foram adaptados e custeados pelo Ministério da saúde.
Para melhorar a dieta dos brasileiros e qualidade de vida, o Ministério da Saúde firmou um acordo com a indústria alimentícia que prevê a redução gradual do teor de sódio em 16 categorias de alimentos. A previsão é de que, até 2020, estejam fora das prateleiras mais de 20 mil toneladas com o teor deste alimento. Se o consumo de sódio for reduzido para a recomendação diária da OMS (menos de cinco gramas por pessoa diariamente), os óbitos por AVC podem diminuir em 15%, e as mortes por infarto em 10%. Ainda estima-se que 1,5 milhão de brasileiros não precisaria de medicação para hipertensão e a expectativa de vida seria aumentada em até quatro anos.
Por Carlos Américo, da Agência Saúde – ASCOM/MS

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Camisinha é reinventada, mas sem perder a eficácia

Camisinha tradicional , à esquerda é comparada à que vem sendo testada: Formas e materiais diferentes

Pesquisas buscam materiais mais resistentes e formas mais anatômicas para diferentes tipos de uso.

— As companhias de preservativos começaram a focar na sensação de prazer. A maioria das relações sexuais ocorre porque é prazerosa. Portanto, dada a importância da camisinha, é preciso que aqueles que as produzem entendam o que os consumidores gostam e como elas contribuem para o sexo — explicou Michael Reece, diretor adjunto de pesquisa e pós-graduação da Escola de Saúde Pública da Universidade de Indiana (EUA), responsável por um dos maiores estudos em comportamento sexual.

É o que também defende o designer de produtos Daniel Resnic, dono da americana Strata, responsável pela Origami Condoms: “funcionalidade e prazer devem andar juntos, sem negligenciar um ou outro”. Em 1994, descobriu ser HIV positivo, o provável resultado de uma camisinha rasgada, o que o fez se envolver na causa. A primeira mudança que implementou foi no material: um adeus ao látex, usado há quase um século, para dar lugar ao silicone. Segundo ele, é mais flexível, tem menos fricção e bloqueia vírus com mais segurança. No design, uma espécie de acordeon promete transformar o sexo com camisinha melhor do que sem ela.

Preservativo para sexo anal é uma das apostas
A grande novidade, na verdade, é o estudo para a criação de um preservativo especial para o sexo anal, uma das principais formas de transmissão do vírus HIV. Ele levaria em consideração a diferente anatomia, e o parceiro ativo não a vestiria, seria parecido com o diafragma, que já é usado informalmente por alguns no sexo anal.
— O preservativo anal teria um consumidor esperado de homossexuais masculinos, no entanto, o maior mercado para este dispositivo é de heterossexuais, simplesmente devido às proporções populacionais, de 10% de gays contra 90% de héteros — afirmou Resnic, por email.
Com patrocínio do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, as pesquisas estão no estágio de testes clínicos. De acordo com Resnic, está prevista uma avaliação da Food and Drugs Administration (FDA), a agência regulatória do país, em outubro de 2014. Em seguida, na União Europeia e no Brasil.
Se aprovado, seria uma enorme mudança comparada com o início do uso de preservativos. A primeira referência na literatura médica é do século XVI, quando o anatomista Gabriele Falloppio inventou uma espécie de linho feito de pele de animais, intestino e bexiga, para ser usado contra a sífilis. Diz a lenda que o galanteador Casanova chegou a testá-lo nos carnavais de Veneza, mas não curtiu. Depois de outras experiências malsucedidas, o látex chegou por volta da década de 1920, e pouco mudou nos anos subsequentes.
Um novo protótipo de diafragma, o SILC, também vem sendo testado pelo Programa de Pesquisa Contraceptiva (Conrad). Uma barreira de silicone se diferenciaria de outros dispositivos por ser de tamanho único, capaz de se adequar a qualquer corpo feminino. Além disso, diafragmas em geral impedem a gravidez e o contágio de algumas doenças sexualmente transmissíveis, mas não são eficazes contra a Aids.
— A Conrad irá testar o SILC junto com o gel tenofovir, o primeiro produto que mostrou reduzir infecções, como o HIV. Ele já vem sendo testado em nove países no sul da África — defendeu a pesquisadora Annette Larkin.

Gel contra Aids é testado de diferentes formas
Além da Conrad, outros centros põem o gel microbicida no front das pesquisas. Na própria Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o setor de estudos genéticos criou, a partir de algas, um gel capaz de prevenir a Aids. O objetivo, neste caso, seriam países, como alguns africanos, em que até 60% das mulheres foram contaminadas, e onde a opinião prevalente é a do homem, que tem maior resistência quanto ao uso do preservativo. A Universidade Laval, de Quebec, no Canadá, vem trabalhando num estudo parecido. Um aplicador introduziria o gel da “camisinha invisível”.
— Homens sempre tiveram o controle sobre a camisinha. Mulheres não têm voz. Nosso objetivo seria ajudar as mulheres — disse a professora Rabeea Omar, à revista “New Scientist”.
Na Universidade de Washington, um tipo de fibra, chamada electrospun, seria aplicada na vagina e dissolveria o germicida, eficiente para a contracepção e ainda preveniria contra o HIV.
— Nós já temos as drogas para fazer isto. O que precisamos é de uma tecnologia para aplicá-la de forma que as torne mais potentes e façam com que a mulher queira utilizá-la — defendeu Kim Woodrow, autora do estudo publicado na “PLos One” e premiado pela Fundação Bill e Melinda Gates.
O pesquisador Michael Reece ainda pondera sobre esta tecnologia de germicidas:
— Mais pesquisas ainda são necessárias. Alguns previnem contra gravidez e HIV, mas não contra infecções de pele, como herpes e verrugas genitais. E também precisamos entender melhor como eles seriam utilizados — disse ele, que ainda garante que já houve mudanças significativas nos últimos cinco anos. — Hoje elas vêm em diferentes formas, texturas e materiais, com lubrificantes que trazem mais prazer. A indústria de preservativos tem seguido as preferências dos consumidores.
Mitos provocam resistência a uso
O mercado global de preservativos deve atingir a marca de 27 bilhões de unidades vendidas e de US$ 6 bilhões arrecadados no ano de 2015. Mas números da ONU mostram que 34 milhões de pessoas estão vivendo com o vírus da Aids. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, são 608.230 casos registrados de Aids. Anualmente, no país, a doença ainda mata 12 mil pessoas.

O pesquisador Michael Reece, diretor adjunto de pesquisa e pós-graduação da Escola de Saúde Pública da Universidade de Indiana, publicou recentemente um estudo sobre o uso de preservativos e diz que a resistência ao uso ocorre por causa de certos mitos:
— Não é verdade que as camisinhas diminuem o prazer. Hoje estamos aprendendo que tanto homens quanto mulheres afirmam que acham o sexo agradável com ou sem camisinha. Outro mito comum é que elas não são eficientes como os métodos anticoncepcionais. Isto não é verdade. Cada preservativo é testado individualmente antes de ser distribuído, e eles são o único método contraceptivo que ainda garante proteção contra infecções sexualmente transmissíveis — afirma.
A pesquisa ainda mostrou que as pessoas acham o preservativo uma importante parte do prazer da experiência sexual, porque acreditam em sua eficiência (que é de quase 100%) e não se preocupam com as consequências do ato sexual, se sentindo mais relaxados durante o momento.
Além da Aids, o preservativo protege contra uma série de outras doenças. No Brasil, são registrados por ano 937 mil casos de sífilis; 1.541.800 de gonorreia; 1.967.200, de clamídia; 640.900, de herpes genital; e 685.400, de HPV. Outras doenças cujas estatísticas são hepatites B e C, candidíase e outras infecções.

Fonte: Flávia Milhorance - O GLOBO

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Metade dos agredidos atendidos no SUS consumiram álcool, diz governo

Integrantes do Ministério da Saúde apresentam dados sobre consumo de álcool (Foto: Murilo Salviano / G1)

Estudo foi feito pelo Ministério da Saúde em 71 hospitais públicos do país.

Dados mostram que 21% dos acidentes de trânsito envolveram álcool.


Levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (19) mostra que 49% das vítimas de agressão atendidas nos hospitais públicos haviam consumido bebida alcoólica. A pesquisa foi realizada em 71 hospitais públicos em todas as capitais do país.
Os jovens são as principais vítimas da agressão física relacionada ao uso de álcool.  O estudo aponta que cerca de 56% dos casos de agressão e 39% de acidentes de trânsito ocorreram com pacientes entre 20 e 39 anos.
O álcool também está relacionado à quantidade de vítimas de acidentes de trânsito. De acordo com o estudo, um a cada cinco acidentes envolveram a ingestão de bebida alcoólica.
O estudo mostra que, entre as vítimas de acidentes de trânsito, 21,4% dos pedestres, 22,3% dos condutores e 17,7% dos passageiros apresentavam sinais de embriaguez ou confirmaram o consumo de álcool.
Os dados foram coletadas em 2011 e analisados no ano passado. O levantamento faz parte da Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA) e ouviu 47 mil pessoas em todas as capitais e no Distrito Federal.
Em 2011, mais de 47 mil pessoas vítimas de agressão foram atendidas no SUS. A  maioria delas (54,3%) é do sexo masculino. A quantidade de homens (24,9%) envolvidos em acidentes de trânsito ligados ao álcool também foi maior que a de mulheres (10,2%).
No mesmo ano, o governo federal gastou R$ 200 milhões no Sistema Único de Saúde com a internação de pacientes que se envolveram em acidentes de trânsito.
Com o objetivo de orientar condutores sobre o perigo da mistura entre direção e álcool, o Ministério da Saúde desenvolveu o projeto Vida no Trânsito em 2009. Apenas 5 capitais brasileiras participam dessas ações (Belo Horizonte, Teresina, Curitiba, Campo Grande e Palmas). Nos últimos quatro anos, cerca de R$ 25 milhões foram gastos no projeto.
O secretário-executivo do ministério das Cidades, Alexandre Cordeiro Macedo, participou do anúncio do levantamento e disse ter notado mudança "significativa" no comportamento dos condutores depois da implantação da Lei Seca.
"A segurança no trânsito está relacionada a três pilares muito importantes: a conscientização, uma legislação efetiva e uma fiscalização eficiente. Nós temos que conscientizar a população da importância de se ter um trânsito seguro", afirmou Macedo.
Por estado
O governo ainda não divulgou dados específicos a cada Estado. Porém, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, foi enfático em revelar que o DF é a unidade federativa com a maior proporção de vítimas de agressão relacionadas ao consumo de álcool.

"De todas as capitais, [Brasília] foi a que apresentou a maior proporção em relação às demais. Isso foi um dado que chamou a atenção de todos nós e os gestores locais certamente vão trabalhar com esses dados", afirmou o ministro.

Fonte: G1 Brasília 




segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Estudo confirma desigualdade na distribuição dos médicos pelo país; média é de 2 profissionais por 1.000 habitantes




O Brasil nunca teve tantos médicos. Apesar disso, eles continuam concentrados em certas regiões e estruturas de atendimento. Essas são as conclusões da pesquisa Demografia Médica No Brasil 2: Cenários e indicadores de distribuição, divulgada nesta segunda-feira (18) pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).

DISTRIBUIÇÃO DE MÉDICOS REGISTRADOS NO CFM POR 1.000 HABITANTES NAS CAPITAIS

Vitória11,61
Porto Alegre8,73
Florianópolis7,72
Belo Horizonte6,61
Recife6,27
Rio de Janeiro6,18
Curitiba5,71
Goiânia5,42
João Pessoa5,22
Aracaju4,95
São Paulo4,48
Natal4,21
Salvador4,00
Maceió3,91
Teresina3,85
Cuiabá3,60
Belém3,44
Fortaleza3,16
Campo Grande3,1
Palmas2,89
São Luís2,88
Brasília2,52
Porto Velho2,36
Boa Vista2,05
Manaus2,04
Rio Branco1,91
Macapá1,38
O estudo, coordenado pelo médico Mario Scheffer, pesquisador e professor da Universidade de São Paulo (USP), traça o perfil da população médica e aponta os motivos da má distribuição de profissionais pelo país.
Dois a cada 1.000 habitantes
O número de médicos em atividade no Brasil chegou a 388.015 em outubro de 2012, segundo o CFM. Isso significa que o país tem 2 profissionais por grupo de 1.000 habitantes. O dado também confirma uma tendência de crescimento da categoria que já perdura 40 anos.
Entre 1970, quando havia 58.994 profissionais, e o último trimestre de 2012, o número de médicos saltou 557,72%. O percentual équase seis vezes maior que o do crescimento da população, que em cinco décadas aumentou 101,84.
Os motivos do aumento do número de profissionais se explica pela abertura de muitos cursos de medicina, pelo aumento de novos registros (mais de 4% ao ano), por mais entradas que saídas de profissionais do mercado de trabalho, e pela longevidade profissional (alta média de anos trabalhados).
A diferença entre saída e a entrada de médicos no mercado forma um contingente de 6.000 a 8.000 novos médicos a cada ano, segundo a pesquisa.
Desequilíbrio entre regiões
Duas das grandes regiões do país estão abaixo do índice nacional: a Região Norte, com 1,01 por 1.000 habitantes, e a Nordeste, onde essa razão é de 1,23. Na melhor posição está o Sudeste, com razão de 2,67, seguido pelo Sul, com 2,09, e pelo Centro-Oeste, com 2,05.
As diferenças aumentam quando se olha os números por unidade da Federação. O Distrito Federal lidera o ranking, com uma razão de 4,09 médicos por 1.000 habitantes; seguido pelo Rio de Janeiro, com 3,62; e São Paulo, com razão de 2,64.
Outros três Estados têm índices superiores à média nacional: Rio Grande do Sul (2,37), Espírito Santo (2,17) e Minas Gerais (2,04).
Na outra ponta (com razão inferior a 1,5) estão 16 Estados, todos do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Com menos de 1 médico por 1.000  habitantes, aparecem Amapá (0,95), Pará (0,84) e Maranhão (0,71) - índices comparáveis a países africanos.
As cidades de maior porte também concentram a maioria dos médicos brasileiros: nove capitais têm mais de 5 médicos por 1.000 habitantes. O número de médicos nas capitais, por sinal, chega a ser quatro vezes maior que no interior dos Estados.
Vitória, por exemplo, tem 11,61 por 1.000 habitantes – a maior concentração do Sudeste e também nacional. Por outro lado, o conjunto de cidades do Espírito Santo tem razão de 2,17.
Ainda no Sudeste, a cidade de São Paulo aparece proporcionalmente com a menor razão entre as capitais, com 4,48 médicos por 1.000 moradores.
Poucos no SUS
Os dados analisados no segundo volume do estudo também sugerem a existência de um número insuficiente de profissionais vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS).
As informações fornecidas pelo Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) identificaram 215.640 médicos que atuam em serviços públicos municipais, estaduais e federais. O número representa 55,5% do total de 388.015 médicos ativos registrados nos Conselhos Regionais de Medicina.   
Nos dados de médicos do SUS, o estudo traz ressalvas: há falhas na alimentação das bases e parte dos médicos em regimes de plantão e terceirizados podem não constar do cadastro nacional, subestimando o número de profissionais que trabalham no SUS.
Formados no exterior
São Paulo é de longe a cidade que concentra o maior número de médicos formados no exterior. Do total de 6.980 profissionais com estas características e que possuem CRM, 16,30% têm endereço de domicílio ou de trabalho na Capital. Outros 836 estão no interior paulista.

Faculdade não fixa médico, 
Da mesma forma que os médicos brasileiros em geral, os profissionais diplomados no exterior preferem trabalhar e residir nos grandes centros. Mas alguns Estados fogem à regra. É o caso da Bahia, onde há registro de 467 profissionais formados em outros países, sendo que 75% deles residem fora de Salvador, embora o estudo não revele se estes profissionais estão, de fato, em municípios mais remotos do Estado ou em distritos que envolvem a capital.
Do universo pesquisado, 107.114 médicos se graduaram em local diferente daquele onde nasceu. Nesse grupo, apenas 36,8% retornaram ao município de onde saíram. As capitais dos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, juntas, são responsáveis por cerca de um terço desse percentual de retorno.
Entre 1980 e 1989, por exemplo, 57% dos profissionais formados atuavam nas capitais e os outros 43% no interior dos estados. Na década seguinte, o percentual de médicos nas capitais se manteve o mesmo e, entre 2000 e 2009, subiu para 59,4%.
"Pode ser um indicador de que a simples abertura de mais escolas e mais vagas não basta para reduzir as desigualdades regionais em locais de baixa concentração de médicos. Muitas das novas escolas provavelmente se transformaram em ´repúblicas de estudantes´, com a maioria de seus graduandos migrando em direção a outros centros, assim que se forma", aponta o estudo. 
O documento – disponível no site do CFM (http://www.portalmedico.org.br) – será encaminhado às lideranças do movimento médico, parlamentares, gestores públicos e privados, especialistas em saúde, ensino e trabalho. Os Conselhos de Medicina pretendem fazer a entrega formal dos resultados aos ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e da Saúde, Alexandre Padilha.
FONTE: UOL