Estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que 360 milhões de pessoas sofrem de perda de audição no mundo. O documento foi divulgado, nesta semana, como preparação para o Dia Internacional do Cuidado Auditivo, lembrado em 3 de março.
A pesquisa mostra que a África Subsaariana apresenta um dos maiores índices de perda de audição incapacitante ao lado das regiões do Sul da Ásia e Ásia-Pacífico.
A médica da OMS, Regina Ungerer, defendeu medidas de prevenção para centros urbanos, onde há grande exposição a riscos de perda auditiva, como não ficar perto de barulhos que sejam acima de 80 a 90 decibéis, uma frequência que começa a prejudicar a audição. "Temos que estar numa faixa sempre abaixo disso. No entanto, a gente vive em cidades com muitos ruídos, sons muito elevados, com construções civis, carros, buzinas, metalúrgicas e com som de mp3 e Ipod que de uns 15 anos para cá todo o mundo tem estado com esses aparelhos nos seus ouvidos. Tudo isso tudo, em conjunto, pode ser um dos fatores que vai provocar a surdez", explica.
Ainda de acordo com a agência, 32 milhões de crianças menores de 15 anos sofrem do problema, sendo as infecções do ouvido a principal causa da deficiência, especialmente em países de baixa e média rendas.
Envelhecimento
A OMS afirmou, ainda, que com o envelhecimento mundial da população, há mais casos de perda de audição. Um em cada três idosos, com mais de 65 anos, convive com a condição, no que corresponde a 165 milhões de pessoas em todo o mundo.
A insuficiência de aparelhos auditivos para pessoas com o problema é tida como um desafio, numa altura em que a produção dos equipamentos supre a demanda de uma em cada dez pessoas.
Nos países em desenvolvimento, menos de uma em cada 40 pessoas que precisam de um aparelho auditivo tem acesso. A transferência de tecnologia é vista como forma garantir que mais aparelhos auditivos cheguem aos países em desenvolvimento.
Doenças infecciosas como rubéola, meningite, sarampo e caxumba são tidas como as que mais podem levar à perda auditiva. A vacinação pode evitar a maioria dessas doenças.
Lesões
Além da exposição ao ruído excessivo, as causas comuns da perda auditiva incluem lesões no ouvido ou na cabeça, envelhecimento, causas genéticas e medicamentos que podem prejudicar a audição.
O estudo cita ainda problemas durante a gravidez e no parto, como infeção por citomegalovírus e sífilis.
A OMS afirma que metade dos casos de perda de audição pode ser facilmente evitada. A organização indica também a possibilidade de tratamento em caso de diagnóstico precoce e intervenções adequadas como aparelhos auditivos cirurgicamente implantados.
Com informações da ONU